As Dicas de Leitura de novembro trazem livros do acervo SMB com a temática vacinas, assunto tão importante neste momento que vivemos a pandemia de Covid-19. Em sua maioria relatam sobre a história e seus personagens ilustres no combate às doenças e estudos de imunização. No fim do texto há links que levam à informações sobre prevenção de doenças, imunizações, programas, calendário, campanhas, controle e locais de vacinação da Prefeitura de São Paulo.
As Barricadas da saúde: vacina e protesto popular no Rio de Janeiro da Primeira república - Leonardo Affonso de Miranda Pereira
Imagine o leitor uma cidade assolada por doenças contagiosas e letais;
uma população assombrada por um mal, chamado varíola, que criava bolhas
no corpo infectado por um vírus, causando febre e dor. Mas eis uma
descoberta científica: doença animal cura seres humanos! Micróbios
extraídos de animais infectados por doença similar à varíola dão origem a
uma vacina. Era preciso apenas inventar uma medida para aplicá-la no
corpo dos moradores da cidade. Obrigar toda a população a se vacinar, ou
melhor, a ser vacinada, foi o que um decreto pretendeu. Afinal, quem se
oporia a se submeter a uma medida que visava combater mal tão
generalizado? Mas generalizada também foi a reação contra o decreto.
Revoltosos enfrentaram a polícia com paus, pedras e tiros, atacaram
lampiões e bondes, ergueram barricadas, dezenas deles morreram, foram
feridos e presos. Esses fatos não ocorreram em uma fábula aterrorizante,
mas na cidade do Rio de Janeiro, em dias de novembro de 1904. Narrados e
interpretados em profundidade por Leonardo Pereira, este livro desvenda
os sentidos de uma revolta contra 'princípios elementares da caridade e
da humanidade', conforme anunciavam os arautos da ciência. É sob o
rigoroso escrutínio que Leonardo submete (e subverte) análises sobre a
revolta da vacina, oferecidas desde o seu nascedouro até mais elaboradas
interpretações de historiadores.
Os Bestializados: o Rio de Janeiro e a República que não foi - José Murilo de Carvalho
1888: Abolição do trabalho escravo. 1889: Proclamação da República.
Neste livro, José Murilo de Carvalho convida-nos a revisitar o Rio de
Janeiro em suas primeiras encenações como Capital Federal. Cidade
Maravilhosa, se acrescentarmos ao belo, o terrível; ao cômico, o
trágico; à lógica, a loucura. Cidade mais que imperfeita, palco de
políticas oficiais e invisíveis, de enredos conhecidos e mistérios
insolúveis. História social e literária, antropologia urbana, crítica
cultural, análise política: o autor atravessa com brilho todos esses
campos para reconstruir de forma originalíssima os impasses de uma
República nascente, que teimam em perturbar ainda o sono das elites
brasileiras.
Os Bestializados de ontem e de hoje são a face oculta de nosso
modernismo: a cidade permaneceu alheia e atônita, buscando perdidamente
seus cidadãos. (Capítulo 4 “Cidadãos ativos: a revolta da vacina”).
Cidade febril: cortiços e epidemias na Corte imperial - Sidney Chalhoub
No fim do século passado, os cortiços do Rio de Janeiro eram a
preocupação número um dos higienistas. Um estudo sobre as políticas de
saúde pública da época e sobre as concepções populares de doença e cura.
Tomando como ponto de partida a cidade do Rio de Janeiro e a demolição
de seus cortiços, passando pelas polêmicas entre infeccionistas e
contagionistas em torno da transmissão da febre amarela e pela
resistência das comunidades negras à vacina antivariólica, Sidney
Chalhoub escreveu uma "história na encruzilhada de muitas histórias”. De
forma apaixonante e extremamente bem-humorada, Cidade febril
reinterpreta esses e outros conflitos à luz da história social. O
resultado é uma obra riquíssima, que mapeia a formação das políticas de
saúde pública no Brasil, as quais, longe de se limitarem ao século XIX,
até hoje influem em nosso cotidiano com força assustadora. - Prêmio
Jabuti 1977 de Melhor Ensaio.
Imunidade: germes, vacinas e outros medos - Eula Biss
Eula Biss quase morreu no parto do seu primeiro filho. Confrontada com a
fragilidade da vida, ela tornou-se obcecada com assuntos relacionados à
saúde, em especial aqueles envolvendo o recém-nascido. Imunidade é o
resultado dessa pesquisa, um livro pessoal e esclarecedor. Mistura de
ensaio pessoal, história cultural e investigação científica, o livro –
ao estilo de Susan Sontag e Andrew Solomon – une entretenimento,
esclarecimento e qualidade literária.
O lado desconhecido das vacinas - Rui Nogueira
Com uma perspectiva voltada a assistência de comunidades carentes ao
longo de sua carreira, o clínico traz para o leitor - profissional da
saúde ou leigo - pareceres coletados durante todo o seu estudo e
experiência acerca da forma como a vacina é utilizada e como, sob seu
ponto de vista, e tratada pela indústria farmacêutica e pelo governo
brasileiro. Por meio da comparação do calendário nacional de vacinação e
de algumas bulas, o autor questiona o uso excessivo de vacinas em
determinados casos, assim como seus respectivos efeitos colaterais e o
lucro obtido com as vendas desse modo de imunização. E assim, O Lado
Desconhecido das Vacinas convida os leitores a uma reflexão sobre um
universo mais amplo em relação às vacinas e não apenas aquele divulgado
na mídia.
Louis Pasteur: suas experiências com micróbios produziram a maior revolução na medicina, em todos os tempos - Beverley Birch
As experiências de Louis Pasteur com micróbios produziram a maior
revolução na medicina, em todos os tempos. Na metade do século 19, um
jovem cientista francês chamado Louis Pasteur iniciou uma investigação
que literalmente mudaria a história da medicina. Antes de Pasteur,
centenas de milhares de pessoas morriam sem sequer saber por quê,
famílias inteiras desapareciam com as epidemias de cólera, tifo e peste
bubônica. Mortes por tuberculose, pneumonia, difteria e sífilis eram
comuns. Mães morriam de parto e era também normal uma família enfrentar a
tragédia de perder dois ou três filhos antes de atingirem cinco anos.
Os médicos não tinham ideia das causas desses males nem podiam fazer
qualquer coisa para curá-los ou preveni-los. Pasteur encontro a resposta
e demonstrou o imenso papel que os micróbios desempenham em nossas
vidas, para o bem e para o mal. Provando sua teoria das doenças
provocadas por germes, ele revolucionou a prática da medicina. Graças a
Pasteur e as técnicas de vacinação e pasteurização que ele nos legou, as
mortes decorrentes de muitas enfermidades causadas por micróbios são
coisa do passado. Livro da coleção Personagens que mudaram o mundo: Os
grandes cientistas.
Oswaldo Cruz & Carlos Chagas: o nascimento da ciência no Brasil - Moacyr Scliar
Traçando o quadro histórico no qual esses dois cientistas brasileiros
atuaram, Moacyr Scliar desvenda os paralelos de suas carreiras. Tanto
Cruz como Chagas tentaram fazer carreira como médicos de consultório,
sem muito sucesso. Ambos foram convidados a trabalhar na saúde pública, a
princípio para desvendar as causas de epidemias: a peste bubônica, no
caso de Cruz, a malária, no caso de Chagas. Ambos uniam talento a uma
dedicação férrea, essencial para o sucesso em Ciência. Ambos enfrentaram
preconceitos de colegas e até da população que tentavam salvar. Ambos
foram reconhecidos pela comunidade científica internacional numa época
em que a Ciência brasileira era incipiente. (Imortais da ciência).
Revolta da Vacina - José Carlos Sebe Bom Meihy e Claudio Bertolli Filho
Em 1904, a população carioca reagiu duramente à campanha de vacinação
contra a varíola, liderada pelo médico Oswaldo Cruz. A ideia era boa,
mas foi executada de forma autoritária. Uma lição histórica. Temas: O
Rio de Janeiro no início do século XX: as condições sanitárias e a
reforma urbana de Pereira Passos; A campanha de saneamento de Oswaldo
Cruz; A revolta popular e a repressão policial.
A revolta da vacina: mentes insanas em corpos rebeldes - Nicolau Sevcenko
Imagine as ruas centrais e alguns bairros da cidade do Rio de Janeiro,
então distrito federal, tomados por barricadas e trincheiras, a
iluminação pública destruída, uma fúria dirigida a delegacias,
repartições públicas e inclusive ao comércio, em busca de armas,
querosene e dinamite. Imagine carros tombados, armadilhas e tocaias em
becos e casas abandonadas, e a ação policial sem conseguir reprimir a
revolta. O governo precisa recorrer, então, às tropas do Exército e da
Marinha, aos bombeiros e, por fim, à Guarda Nacional. Neste livro,
Nicolau Sevcenko elucida os principais fatores que levaram à Revolta da
Vacina, durante a campanha de vacinação contra a varíola ocorrida em
1904, o "último motim urbano clássico do Rio de Janeiro".
O Rio em movimento: quadros médicos e(m) história, 1890-1920 -Myriam Bahia Lopes
Fruto de ampla pesquisa historiográfica, o livro oferece uma (re)leitura
sobre a Revolta da Vacina em um Rio de Janeiro ainda com
características próprias dos primórdios republicanos. A autora trabalha
com os diversos elementos que se aglutinaram para compor esse quadro da
nossa história. A forma inovadora da escrita, narrativas entrecruzadas,
ilustrada pelas representações plásticas da época, confirma a recusa a
dar respostas acabadas a indagações, desvendando facetas inesperadas que
fortificam qualquer explicação conclusiva a que se queira chegar.
Resulta desse conjunto uma vívida descrição do que foi o movimento dos
revoltosos pelas ruas do Rio naqueles dias. Livro que, além de abrir
novas perspectivas para os estudos sobre as questões urbanas, tem o
mérito de atualizar o diálogo sobre o assunto.
Saúde Pública: histórias, políticas e revolta - Moacyr Scliar, Marco A. Pamplona, Maria Helena Soares de Souza e Miguel Angelo Thompson Rios
Conjunto de livros de ensaios que apresentam memórias, arte e vida
social, na forma de textos livres, autônomos entre si, mas associados a
uma temática comum. Contém seis ensaios, de quatro autores, além de uma
seção chamada Documentos, que traz artigos, leis, projetos e associações
ligados à questão da saúde e endereços de sites relacionados ao tema.
Os ensaios tratam de assuntos variados, todos ligados às políticas de
saúde no Brasil. Há três ensaios de Moacyr Scliar: “O cólera nos tempos
do sultão”, “Pequena história da epidemiologia”, e “Políticas de saúde
pública no Brasil: uma visão histórica”; e ainda os ensaios de Marco
Pamplona “A revolta era da vacina?”, Miguel Ângelo escreve sobre as
“Principais doenças endêmicas do Brasil: aspectos epidemiológicos” e
Maria Helena “como são quantificadas as ocorrências epidemiológicas”
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para saber em quais bibliotecas estes títulos estão disponíveis.
Pesquise também por grandes personalidades na área de microbiologia,
saúde pública e vacinais como Louis Pasteur, Robert Koch, Adolpho Lutz,
Vital Brazil, Oswaldo Cruz, Carlos Chagas, Albert Sabin.
Veja a lista das bibliotecas pelas regiões de São Paulo.
Leia também:
Dicas de Leitura Vacinas (parte 2)
Dicas de Leitura - Pandemias
Em 11 de março de 2020, a Organização Mundial da Saúde declarou o surto
de COVID-19 (coronavirus) como uma pandemia, ou seja uma epidemia de
doença infecciosa que se espalha entre a população de uma grande região
geográfica como um continente ou mesmo o Planeta Terra. Vivendo nesta
nova realidade, enfatizamos a importância da prevenção de doenças, seja
com hábitos de higiene, vacinas e outras políticas públicas de saúde,
sanitária e também pelas experiências passadas. Procuramos trazer para
as Dicas de Leitura de março livros conhecidos pelo tema ou pelas épocas
de sérias epidemias. De obras clássicas a publicações recentes, fatos
reais e fictícios, os autores apresentam suas visões para que os
leitores interpretem e absorvam suas histórias.
INFORMAÇÕES SOBRE VACINAÇÃO
Leia aqui as informações sobre prevenção de doenças, imunizações, programas, calendário, campanhas, controle e locais de vacinação na prefeitura de São Paulo.
Fique atento: calendário de vacinas
Crianças até seis anos de idade
Crianças maiores de 7 anos e adolescentes
Adultos entre 20 e 59 anos
Pessoas com 60 anos e mais
Gestante e puérpera
Observação: Devido a paralização de publicações no portal da prefeitura durante o periodo de eleições municipais, as Dicas de Leitura de novembro foram publicadas somente em dezembro de 2020.
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