As Dicas de Leitura de novembro (parte 2) homenageiam o escritor José Saramago, primeiro autor de língua portuguesa a receber o Prêmio Nobel de Literatura, que faria 96 anos no dia 16 de novembro.
Nasceu em 16 de novembro de 1922, de uma família de camponeses da província do Ribatejo, em Portugal. Devido a dificuldades econômicas foi obrigado a interromper os estudos secundários, tendo a partir de então exercido diversas atividades profissionais: serralheiro mecânico, desenhista, funcionário público, editor, jornalista, entre outras. Seu primeiro livro foi publicado em 1947. A partir de 1976 passou a viver exclusivamente da literatura, primeiro como tradutor, depois como autor. Romancista, teatrólogo e poeta, em 1998 tornou-se o primeiro autor de língua portuguesa a receber o Prêmio Nobel de Literatura. Saramago faleceu em Lanzarote, nas Ilhas Canárias, em 2010. A Fundação José Saramago mantém um site sobre o autor www.josesaramago.org
Um homem vai ao rei e lhe pede um barco para viajar até uma ilha desconhecida. O rei lhe pergunta como pode saber que essa ilha existe, já que é desconhecida. O homem argumenta que assim são todas as ilhas até que alguém desembarque nelas. Este conto de Saramago pode ser lido como uma parábola do sonho realizado, isto é, como um canto de otimismo em que a vontade ou a obstinação fazem a fantasia ancorar em porto seguro. Antes, entretanto, ela é submetida a uma série de embates com o status quo, com o estado consolidado das coisas, como se da resistência às adversidades viesse o mérito e do mérito nascesse o direito à concretização. Entre desejar um barco e tê-lo pronto para partir, o viajante vai de certo modo alterando a ideia que faz de uma ilha desconhecida e de como alcançá-la, e essa flexibilidade com certeza o torna mais apto a obter o que sonhou. Obra ilustrada por oito aquarelas de Arthur Luiz Piza.
Ensaio sobre a Cegueira
Um motorista parado no sinal se descobre subitamente cego. É o primeiro caso de uma "treva branca" que logo se espalha incontrolavelmente. Os indivíduos tomados pela cegueira branca são isolados e internados em um manicômio abandonado, onde se perceberão reduzidos à essência humana, numa verdadeira viagem às trevas. Saramago nos passa uma imagem aterradora e comovente de tempos sombrios, à beira de um novo milênio. Cada leitor viverá uma experiência imaginativa única. O autor nos obriga a parar, fechar os olhos e ver. Recuperar a lucidez, resgatar o afeto.
Um motorista parado no sinal se descobre subitamente cego. É o primeiro caso de uma "treva branca" que logo se espalha incontrolavelmente. Os indivíduos tomados pela cegueira branca são isolados e internados em um manicômio abandonado, onde se perceberão reduzidos à essência humana, numa verdadeira viagem às trevas. Saramago nos passa uma imagem aterradora e comovente de tempos sombrios, à beira de um novo milênio. Cada leitor viverá uma experiência imaginativa única. O autor nos obriga a parar, fechar os olhos e ver. Recuperar a lucidez, resgatar o afeto.
Numa manhã de votação que parecia como todas as outras, na capital de um país imaginário, os funcionários de uma das seções eleitorais se deparam com uma situação insólita, que mais tarde durante as apurações, se confirmaria de maneira espantosa. Aquele não seria um pleito como tantos outros, com a tradicional divisão dos votos entre os partidos "da direita", "do centro" e "da esquerda"; o que se verifica é uma opção radical pelo voto em branco. Usando o símbolo máximo da democracia, o voto, os eleitores parecem questionar profundamente o sistema de sucessão governamental em seu país. Ao narrar as providências de governo, polícia e imprensa para entender as razões da "epidemia branca", ações estas que levam rapidamente a um devaneio autoritário, o autor faz uma alegoria da fragilidade dos rituais democráticos, do sistema político e das instituições que nos governam. O que se propõe não é a substituição da democracia por um sistema alternativo, mas o seu permanente questionamento.
O Evangelho Segundo Jesus Cristo
Conta uma história humanizada da vida de Jesus e alude a uma sua eventual relação com Maria Madalena. Com a perspectiva de humanização de Cristo, distante da representação tradicional do Evangelho, Saramago coloca que a propaganda histórica da crucificação de Jesus resultou na imposição de "uma história interminável de ferro e de sangue, de fogo e de cinzas, um mar infinito de sofrimento e de lágrimas" e “por causa e em nome de Deus é que se tem permitido e justificado tudo, principalmente o mais horrendo e cruel", e que o problema não é um Deus que não existe, mas a religião que o proclama.O autor denunciou as religiões como nocivas à Humanidade.
Memorial do Convento
No epicentro desta história está a construção do Palácio Nacional de Mafra, também conhecido como Convento. O monarca absolutista D. João V, cumprindo uma promessa, ordenou que o edifício fosse erguido no início do século XVIII, em pleno processo colonial, à custa de uma imensa quantidade de ouro e diamantes vindos do Brasil, além do sangue de milhares de operários. Dentre eles, havia Baltasar, da estirpe de Sete-Sóis, inválido da mão esquerda depois de uma guerra, apaixonado por Blimunda, uma jovem dotada de poderes extraordinários. Romance sobre o embate entre a dureza do individualismo e a delicadeza dos sonhos coletivos; a obra recupera as ilusões, fantasias e aspirações de um Portugal que se quis grande e eterno, ainda que frágil e delicado.
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Dicas de Leitura de novembro (parte 1) - Carlos Drummond de Andrade
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